O óleo de canola é o terceiro óleo mais consumido do mundo. Ele é produzido a partir de uma planta chamada Colza, a qual passa por um processo de hibridação. Entre suas características, o baixo teor de gorduras saturadas e substancial conteúdo de monoinsaturadas destacam-se. Seu uso é muito questionado por alguns pesquisadores, os quais alegam que o óleo de canola é geneticamente modificado e parcialmente hidrogenado. Além disso, os mesmos falam que seu uso está atribuído à redução de vitamina E. A maioria dessas alegações são falsas e infundadas, trago aqui a contra prova mostrando um artigo publicado em uma importante revista do mundo científico.
Óleo de canola e regulação dos perfis lipídicos:
Níveis de colesterol total: após analisarem 31 estudos sobre o efeito do óleo de canola na circulação lipídica, a maioria dos estudos foram ensaios de intervenção clínica. Os resultados sugerem que o seu consumo tem potencial para ajudar seus consumidores a alcançarem as recomendações diárias de gorduras, de modo que possa ajudar a melhorar a condição de hipercolesterolemia. Quando comparado aos ácidos graxos saturados, cinco estudos demonstraram que o óleo de canola é capaz de reduzir os níveis de colesterol total em uma média de 12,2%. Independentemente do óleo usado, as dietas com canola mostraram redução no colesterol total quando comparados a dietas ocidentais (alto teor de gorduras saturadas). A mesma coisa ocorreu com os estudos que compararam o canola a dietas com ácidos graxos essenciais, sete estudos demonstraram que a substituição de ácidos graxos essenciais (manteiga, maionese, margarina) por canola reduziram os níveis de colesterol total.
Níveis de LDL: cinco estudos compararam dietas ricas em óleo de canola x dietas ricas em gorduras saturadas, os mesmos descobriram que o óleo de canola reduziu os níveis de LDL em uma média de 17%. Em outros estudos, os pesquisadores descobriram que a substituição de gorduras lácteas por canola reduzia significativamente os níveis de LDL, essa redução chegou a 24,9%.
Níveis de HDL: 22 estudos não encontraram diferenças estatisticamente significativas, entre o consumo de canola e outras gorduras, relacionadas aos níveis de HDL. Porém, outros quatro estudos relataram pequenas reduções nos níveis de HDL nos indivíduos que consumiam óleo de canola, mas esses níveis não eram significativos em relação ao colesterol total.
Efeitos do óleo de canola no metabolismo energético:
Após quatro dias de ingestão de canola, os indivíduos relataram redução na fome, contudo, não foram observados efeitos na ingestão de alimentos. Em outros estudos, os pesquisadores testaram os efeitos de uma dieta rica em óleo de canola sobre o efeito do gasto energético e na composição corporal em indivíduos hipercolesterolêmicos, os resultados sugeriram que após um período de 28 dias não foram observadas diferenças na composição corporal dos sujeitos e no gasto energético.
Efeitos do óleo de canola na sensibilidade à insulina e tolerância à glicose:
Em estudo que comparou uma dieta à base de óleo de canola x uma dieta rica em ácidos graxos saturados, os pesquisadores encontraram níveis mais baixos de glicose nos indivíduos que consumiam canola. Em outro estudo, foi demonstrado que os níveis de glicose em jejum diminuíram 6% após uma dieta à base de óleo de canola. Quando comparado a outros óleos vegetais, não foram encontradas diferenças significativas relacionada à sensibilidade à insulina e tolerância à glicose.
Em relação ao câncer de mama, estudo de caso-controle demonstrou que mulheres que cozinhavam apenas com azeite ou óleo de canola comparadas as que cozinhavam com óleo vegetal ou de milho tinham risco 30% menor de desenvolver câncer de mama.
Fica evidente que o óleo de canola traz alguns benefícios à saúde, como redução no colesterol total e LDL, porém não exerce grandes influências sobre o HDL (colesterol bom). Além disso, foram demonstrados possíveis benefícios em relação à sensibilidade à insulina e à tolerância à glicose e, também, possíveis benefícios relacionados a menores riscos de desenvolvimento de câncer de mama em mulheres. Em relação ao metabolismo energético, o óleo de canola não exerce influência alguma, portanto consumi-lo com esperança de maior perda de peso é um equívoco.
O óleo de canola não é a melhor opção, as evidências mostram que o azeite é superior, porém não é um vilão como muitos falam.
Fonte: Lin L, Allemekinders H, Dansby A, et al. Evidence of health benefits of canola oil. Nutr Rev. 2013;71(6):370–385. doi:10.1111/nure.12033