O estilo de vida exerce grande influência no peso corporal, sendo um dos principais fatores de risco para a obesidade.
A obesidade gera elevados gastos aos sistemas de saúde, levando à sobrecarga nesses sistemas. Estima-se que a prevalência de sobrepeso mais que dobrará entre os anos de 2010 e 2040, e a de obesidade triplicará no mesmo período. Esse aumento ocorrerá nos indivíduos mais velhos. Esse fato é preocupante, visto que esses indivíduos já sofrem com outros problemas de saúde, como a ocorrência de múltiplas doenças crônicas. Além disso, sobre os números da obesidade, estima-se, globalmente, que um total de 1,9 bilhão e 609 milhões de adultos tinham sobrepeso ou obesidade em 2015, respectivamente, o que representa aproximadamente 39% da população mundial. Ademais, em 2030 a estimativa é de que pelo menos 57,8% da população mundial terá sobrepeso ou obesidade. A prevalência de sobrepeso e obesidade é maior em mulheres do que homens e parece aumentar com a idade. Nos Estados Unidos, estima-se que até 2030 mais de 50% da população estará obesa, das quais aproximadamente 11% terão obesidade severa. Se não houvesse esse aumento na prevalência de obesidade, haveria economia de aproximadamente 549,5 bilhões de dólares em duas décadas. No Brasil, em estudo realizado com mais de 59 mil indivíduos, encontrou-se prevalência de obesidade de 16,8% para homens e 24,4% para mulheres. Assim como nos estudos mundiais, a idade avançada foi fator de risco para obesidade, além de outros fatores como baixa escolaridade, raça/cor preta e viver com companheiro.
Como dito anteriormente, a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, vários fatores levam a essa consequência. Dentre eles, estudos sugerem que o estilo de vida é um dos que mais exercem influência. Estudos sugerem que um programa baseado em uma modificação do estilo de vida pode promover uma redução de 7 a 10% no peso, associada a melhorias significativas em vários fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes. Estudo realizado no Catar, com adolescentes, encontrou prevalência de hábitos de vida não saudáveis e associação com obesidade. Muitos desses hábitos estavam relacionados à má alimentação, inatividade física e comportamento sedentário. Em estudo com idosos, os pesquisadores identificaram que, entre todos fatores de estilo de vida investigados, a atividade física foi a única que teve associação clara com menores valores de IMC e Circunferência da cintura, ou seja, os idosos ativos tinham menos peso.
Texto escrito por: Felipe Delpino, Nutricionista Esportivo em Pelotas – RS
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